O mistério de Deus em si mesmo, e o mistério de Deus para nós, eis duas vertentes de uma realidade teológica que desafia o conhecimento humano, na tentativa de alcançar alguma luz acerca de uma problemática que não pode deixar de questionar o nosso espírito. Não poderemos indagar o sentido mais profundo desse mistério no âmago da própria oração, e especialmente do Pai Nosso, a oração que Jesus, o supremo Revelador do mistério trinitário, nos ensinou. A presente obra pretende responder afirmativamente a esta pergunta, socorrendo-se da incontestável autoridade daquele que foi apelidado de Doutor da Trindade, Santo Agostinho. Na senda do hiponense, da sua teologia trinitária e dos comentários por ele feitos à oração do Senhor, quis o autor empreender um esforço de aproximação à realidade de um Deus que se compraz em que O invoquemos como Pai. A revelação do espirito de filiação conduz-nos, como que naturalmente, à atitude orante, na novidade da relação que nos é aberta pelas três Pessoas divinas, quando a Elas nos dirigimos. As consequências da fraternidade daí nascida são postas em evidência, quer no campo eclesial, quer nas suas repercussões no âmbito mais alargado da família humana. Estas perspectivas resultam especialmente do relevo dado neste livro à pneumatologia, um dos domínios que se abre à teologia da actualidade como promessa de fecunda investigação.
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