Peregrinar na terra de Israel é uma experiência que remonta às origens do homem bíblico e que se situa já na própria experiência de Abraão, o Pai dos crentes. O seu chamamento ´deixa a tua casa e a casa de teu pai e vai para terra que Eu te indicar´ (Gn 12,1) constitui um apelo eterno a todo o crente para que, em peregrinação para a eternidade, se ponha a caminho em demanda da Terra da promessa. Por isso, a experiência de Abraão tornou-se assim como que o protótipo de todo o peregrinar em busca do absoluto de Deus. A ´Peregrinação´ na Terra Santa não é mais do que uma actualização permanente, um convite contínuo ao homem de hoje para que se ponha a caminho, na certeza que a meta que busca só a encontrará em plenitude na Jerusalém celeste (Ap 21).No entanto, a ´Peregrinação´ não foi apenas uma realidade vivida na História Bíblica, quer com o povo de Israel, desde a época patriarcal até ao regresso que se seguiu à Shoáh (o Holocausto), mas faz também parte da experiência cristã que desde as origens fez da peregrinação à terra de Jesus um dos seus grandes momentos de experiência espiritual. Alguns desses momentos foramnos testemunhados por notáveis peregrinos. Bastaria citar Santa Helena, mãe do imperador Constantino, o anónimo ´Peregrino de Bordeaux´ que visitou a Terra Santa (em 333), deixando-nos um itinerário da sua estadia, a peregrina Egéria (entre 380 e 390), inúmeros santos e, mais recentemente, os Papas Paulo VI e João Paulo II. Todos eles fizerem dessa experiência um momento único das suas vidas e dela nos deixaram um testemunho ímpar para a vivência da nossa fé.
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