A Revista Portuguesa de Investigação Educacional (RPIE) tem vindo a escalar um caminho de aperfeiçoamento institucional que passa sobretudo por ampliar o leque de revisores e melhorá-lo, tanto em termos de áreas de especialidade como em representação internacional. Disso já existem claros refl exos no presente número. Claro que temos sempre esta “barreira” da língua, que não é tão mundialmente falada como o inglês ou o espanhol. Mas prosseguiremos este investimento cultural que consiste em continuar a publicar em português, sem com isso prejudicar a projeção internacional da nossa investigação. Esta será cada vez mais traduzida para inglês e publicada na versão eletrónica da revista. Mas a diferenciação linguística, enquanto expressão de uma cultura, não pode sucumbir sob o peso avassalador da “língua franca”, porquanto isso signifi caria de perda irreparável para a humanidade. Desta vez publicamos sobretudo resultados de investigação da Universidade Católica – Faculdade de Educação e Psicologia ou em que estejam envolvidos docentes nossos. Destaco dois textos que procuram trazer à comunidade científi ca os processos e os resultados de duas investigações que suportaram a defesa de duas teses de doutoramento em Ciências da Educação, na nossa Faculdade: os de Luísa Orvalho e Luísa Alonso e de Rosa Maria Carvalho e Joaquim Machado. Este doutoramento, ainda em consolidação, a que está agregado o Centro de Estudos em Desenvolvimento Humano (com Secções de Educação, Psicologia e Direito) e os seus projetos de investigação, tem vindo a dar os seus primeiros frutos e, por isso, a estes artigos vários outros se seguirão e deles daremos conta aqui e em outras publicações internacionais. A investigação em Ciências da Educação carece de um esforço suplementar de credibilização social, pelo que temos mesmo de abrir cada vez mais as portas e os olhares sociais sobre aquilo que fazemos, para que surjam contributos críticos válidos de outras ciências e de posturas epistemológicas bem fundamentadas. Isso é o mais importante, o resto o vento e o tempo se encarregarão de arrumar no lixo. Espero que o nosso leitor goste do novo arranjo gráfi co da RPIE, que procura, ao fi m deste longo tempo e sem mudar o traço original da revista, introduzir um ar mais fresco e uma leitura mais fácil. A partir do próximo número iremos mudar o perfi l da publicação, passando a editar números temáticos, que trarão para cima da mesa grandes problemáticas que ocupam a sociedade no que se refere à educação, sobretudo à educação escolar, e que vão sendo objeto de investigação um pouco por todo o mundo. Assim, em cada número será tratado um grande tema, agregando a maior parte dos artigos, sem que contudo se abandone a publicação de outros artigos, em cada número. O próximo será dedicado aos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária, os também chamados TEIP, uma dinâmica desenvolvida em Portugal, nos últimos anos, tendo em vista acorrer à promoção do acesso e sucesso em escolas situadas em contextos sociais mais complexos: pobreza, minorias étnicas, delinquência, desescolarização, violência, exclusão. A Universidade Católica, através da Faculdade de Educação e Psicologia tem acompanhado vários TEIP e reúne um conhecimento que pensamos poder ser útil e, além disso, vai reunir um conjunto de artigos de outros investigadores que foram convidados e quiseram submeter os seus artigos. Este número, uma vez que se publicará em maio de 2012, numa edição extraordinária, a meio de um ano, já se encontra na sua fase fi nal de edição, mas em breve será anunciado o tema de dezembro de 2012. São pequenos passos, reconheço, mas é com eles que se vai avançando. Em breve, teremos a revista indexada no International Statistic Institute (ISI) e tudo isto ajudará a credibilizar as Ciências da Educação e, sobretudo, a RPIE será cada vez mais um instrumento para divulgar processos e resultados de investigação, elemento fundamental para melhorarmos a educação e as políticas públicas que a envolvem.
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