Qual o significado da ressurreição de Jesus? O que entendemos por fé na ressurreição dos mortos? Como dizê-la em universos culturais alheios à cultura semítica ou helénica? Como anunciá-la na cultura atual? O que nos dizem as narrativas evangélicas da ressurreição? Como celebra a Igreja a fé na ressurreição na ocasião da morte do cristão? O presente fasciculo da revista Humanística e Teologia, sob o título A Ressurreição, procura contribuir para o debate e a elucidação destas questões, reunindo em Dossiê um conjunto de oito artigos alusivos ao tema, provenientes das Jornadas de Teologia 2014, organizadas pela Faculdade de Teologia da Católica Porto. Pierangelo Sequeri reflete sobre Jesus ressuscitado, atendendo ao horizonte histórico do saber da fé e ao acesso à atualidade do acontecimento, designadamente no sacramento da Eucaristia. Andrés Torres Queiruga estuda a ressurreição no quadro religioso e bíblico, tratando de compreender e atualizar o seu sentido no marco da cultura atual. Adelino Ascenso retrata a dificuldade e a possibilidade de apresentação da ressurreição na cultura japonesa, estudando a obra do escritor católico Shusaki Endo e delineando a sua imagem de Cristo e a sua conceção de ressurreição. Arnaldo de Pinho versa sobre o anúncio e a pregação da ressurreição e sua formulação hoje, traçando o perfil da informação sobre a ressurreição e apresentando-a o como uma resposta da revelação transcendente a uma questão antropológica imanente. António Couto metida as narrativas evangélicas da ressurreição, designadamente o relato joanino. João da Silva Peixoto mostra como a Igreja acompanha liturgicamente o cristão na morte, reportando-se às várias celebrações da Liturgia que iluminam a morte com a luz de Cristo ressuscitado. Pedro Monteiro faz um percurso pelo património musical do período paleocristão ao século XX, evidenciando a música como linguagem expressiva da ressurreição. O presente fascículo ainda inclui na secção Vária um conjunto diversificado de estudos sobre a metafísica da culpa e da responsabilidade em Paul Ricoeur e São Boaventura (Manuel Lázaro Pulido), Karl Jaspes e a epistemologia da psicologia (José Maurício de Carvalho), o culto das relíquias após o Concílio de Trento (Rosa M. Capelão), o pensamento do jesuíta Manuel da Nóbrega sobre os indígenas do Brasil e a sua conversão (Adélio Fernando Abreu), a capela de Santa Bárbara anexa à Barragem do Picote (Alberto Estima) e a exortação apostólica Evangelii Gaudium no contexto da Doutrina Social da Igreja (Paulo Ferreira da Cunha).
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