O cristianismo sempre se realizou em relação com a cultura: quer como crítico e transformador, quer como criador de cultura. A nossa memória exige que, nos alvores do terceiro milénio, assim continue a ser. Os desafios não são maiores nem menores que noutros séculos. E, para lhes estar à altura, as exigências também não são distintas. A cultura caracterizada pela modernidade tardia, ou mesmo por uma «pós-modernidade» que pretende já libertar-se de dilemas modernos, assim como a relação à ambígua «cultura global», tornam o nosso tempo deveras complexo – em muito semelhante ao mundo helénico que viu surgir e crescer o cristianismo. Este livro pretende repensar os elementos fundamentais do cristianismo, na sua relação dinâmica e criativa com esse complexo contexto cultural. A questão da pertinência do religioso, o problema da identidade cristã em situação pluralista, a incógnita do futuro da Europa e da sua identidade, o desafio da cultura de consumo e mediática, assim como a possibilidade de uma «aliança» fértil com a arte contemporânea são os campos de debate escolhidos neste singelo contributo para a inculturação da fé cristã na ponta ocidental da Europa.
Deixe um comentário