Entrámos no quarto ano de publicação ininterrupta dos Cadernos e Saúde, o que é para nós motivo de grande satisfação. Com efeito, vivemos num País em que pensar, escrever e divulgar Ciência não é suficientemente ensinado, fomentado nem apoiado, pelo que fundar uma Revista de carácter científico é sempre um desafio de risco. Este é o sétimo número que publicamos, sempre com tiragens superiores a 1.500 exemplares. Imprimimos também quatro números especiais, outros estão já na forja. Acreditamos ter ganho o desafio, temos os Cadernos consolidados, ocupámos de pleno direito um lugar no panorama científico Português. O Instituto de Ciências da Saúde contribui, desta forma, para que a Universidade Católica Portuguesa possa continuar a fomentar o desenvolvimento do conhecimento nas Ciências da Saúde e da Vida. Neste número publicamos, artigos de diferentes áreas do conhecimento. O primeiro resume um trabalho que avalia em profundidade uma comunidade de transplantados de fígado, comparando quantitativa e qualitativamente múltiplos indicadores de qualidade de vida antes e depois do transplante. Acreditamos que este trabalho abre uma perspectiva diferente sobre a doença hepática e o seu tratamento, e que outras investigações se seguirão nesta área de conhecimento que tem ainda sido insuficientemente explorada. O apoio científico à Comunidade Surda tem sido uma das prioridades do Instituto de Ciências da Saúde. Neste número publicamos dois artigos com muito interesse: o primeiro avalia a importância da expressão facial como complemento à Língua Gestual; e o segundo divulga um estudo antropológico etnobiográfico da comunidade Surda portuguesa, onde são identificados quatro líderes, e onde se investiga o trajecto que os conduziu à liderança da comunidade, e as razões da aceitação natural dessa posição de destaque. A importância da espiritualidade na vida do ser humano é inquestionável. Publicamos uma reflexão sobre a sua influência no sofrimento e na incerteza do ser humano e sua família. Avalia-se também a contribuição do diagnóstico espiritual para diagnosticar e avaliar fragilidades e necessidades de intervenção de outra forma difíceis de diagnosticar. Finalmente apresenta-se uma análise sobre a quantidade e incidência de trabalhos de investigação publicados no âmbito dos Cuidados Paliativos. Trata-se de uma área assistencial fundamental para a população, no entanto os autores demonstram que ainda se publica pouco, e que muitos estudos são de carácter teórico. Esperamos que a diversidade e a qualidade dos temas oferecidos tornem estes Cadernos uma leitura útil, interessante e agradável. Sabem que contam connosco, e porque sabemos que podemos continuar a contar com a vossa contribuição intelectual, acreditamos muito no futuro Cadernos.
Deixe um comentário