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Liberdade de Imprensa em Portugal e na Europa

"Bem precisamos, como sociedade, de falar mais e melhor sobre a liberdade de imprensa."

"Em democracia, a liberdade de imprensa é solo sagrado. Não se limita. Foi uma decisão que tomámos, enquanto sociedade, há cinquenta anos. E eu não quero voltar atrás. Quero que os jornalistas possam criticar esta minha intervenção. Quero que me façam perguntas difíceis. Quero que me sujeitem a confronto."

José Pedro Aguiar-Branco, Presidente da Assembleia da República da XVI Legislatura, na sua comunicação de abertura do evento.

Esta obra, a que o Diário de Notícias tem a honra de se associar, aborda uma temática fundamental para o futuro da nossa democracia. A liberdade de imprensa é fundamental para que a democracia possa não só sobreviver como também prosperar.

O jornalismo livre escrutina os diferentes poderes, contribuindo para a melhoria contínua da governação dos Estados, das empresas e das instituições.


O jornalismo livre procura a informação e filtra aquela que é relevante, para de seguida a validar, fazer o contraditório e servir ao público, inserida num contexto significativo.


O jornalismo livre tem a capacidade e o dever de interpretar os factos com honestidade, de acordo com princípios de objetividade, isenção e independência, separando as notícias da opinião e procurando chegar o mais perto possível da Verdade.


O jornalismo livre, quando feito de forma responsável e honesta, fornece as informações necessárias de que todos necessitamos para que possamos fazer escolhas informadas e, assim, sermos o mais livres possível. Isto tem e terá sempre valor, apesar das dificuldades que o modelo de negócio da comunicação social atravessa desde o início do século.


Este jornalismo de qualidade cria valor para a sociedade, porque fornece aos cidadãos as informações de que estes necessitam para poderem tomar decisões esclarecidas nos diferentes planos das suas vidas. O bom jornalismo é fundamental, quer se trate de decidir em quem votar, de escolher onde viver, a profissão que se vai exercer ou onde se vão aplicar as poupanças.

Filipe Alves, Diretor do Diário de Notícias, in Prefácio.

Liberdade de Imprensa em Portugal e na Europa, é uma obra que nos honra e nos orgulha! Editada com o apoio do Diário de Notícias e do Grupo BEL, pretende discutir a liberdade de imprensa em Portugal e na Europa à luz da jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH).

Para tal, Paulo Pinto de Albuquerque, mentor e um dos organizadores desta obra juntamente com Valentina Marcelino (Diretora Adjunta do DN) e Bruno Contreiras Mateus (ex-Diretor do Diário de Notícias), selecionou 23 casos portugueses e 7 casos estrangeiros para ilustrar a pluralidade e a complexidade das questões jurídicas submetidas ao conhecimento do Tribunal de Estrasburgo.

Por sua vez, estes 33 casos foram comentados por 63 pessoas, entre jornalistas, profissionais do foro e académicos. "Os comentadores representam um grupo plural e heterogéneo de pessoas que dedicaram as suas vidas à defesa e à promoção da liberdade de imprensa nos jornais, na rádio, na televisão, na imprensa digital, nos tribunais e nas universidades. Deste modo, a obra visa conciliar uma visão prática e uma reflexão teórica sobre os fundamentos, o âmbito e os limites da liberdade de imprensa, tendo em conta os desafios que os jornalistas e, em geral, os meios de comunicação social enfrentam na atualidade." in Introdução

Para além da importante presença do Senhor Presidente da Assembleia da República, Dr. José Pedro Aguiar-Branco, tivemos a honra de reunir um painel relevante que trouxe para debate as duas grandes áreas desta obra, as relações entre a liberdade de imprensa e a justiça e a liberdade de expressão analisada e decidida no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH).

Estiveram presentes na Biblioteca da Assembleia da República

Na abertura
Peter Hanenberg, Vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa
Bruno Contreiras Mateus, ex-Diretor do Diário de Notícias
José Pedro Aguiar-Branco, Presidente da Assembleia da República (pode ler o seu discurso na íntegra, no final deste artigo)

No debate sobre A LIBERDADE DE IMPRENSA E A JUSTIÇA
Luís Rosa / Sofia Pinto Coelho / Francisco Teixeira da Mota
Moderação: Valentina Marcelino, Diretora Adjunta do DN

No debate sobre A LIBERDADE DE EXPRESSÃO PELO TEDH
Germano Marques da Silva / Paulo Pena / José António Barreiros
Moderação: Fernanda Câncio, Grande Repórter do DN

No encerramento
Filipe Alves, Diretor do Diário de Notícias
Marco Galinha, Grupo BEL

Discurso integral de José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República Portuguesa

     "Senhora Reitora da Universidade Católica Portuguesa, Prof. Doutora Isabel Capeloa Gil, Senhor Diretor do Diário de Notícias, Dr. Filipe Alves, Senhora Diretora da UCP Editora, Dra. Anabela Antunes, Ilustres Organizadores desta obra, Prof. Doutor Paulo Pinto de Albuquerque, Dra. Valentina Marcelino e Dr. Bruno Contreiras Mateus, Senhor Dr. Marco Galinha, Ilustres Convidados e Convidadas, Minhas Senhoras e Meus Senhores,
     Começo por cumprimentar os autores deste livro e os responsáveis pela sua publicação. Este é um documento importante.
     Junta juristas, académicos e jornalistas, para refletir sobre a liberdade de imprensa. Estuda , com rigor e profundidade, vários casos - em Portugal e na Europa - em que esta liberdade esteve sob teste. Demonstra , para lá de qualquer dúvida, que os excessos e os abusos da liberdade de imprensa têm um lugar próprio para serem julgados: são os tribunais.
     Devo dizer que procurei, nas páginas desta obra, o conceito de meia-liberdade . De liberdade tutelada. Não o encontrei. Porque a liberdade só existe quando é inteira. E a imprensa só é livre quando tem inteira liberdade para incomodar.
     Não há liberdades mitigadas, nem tuteladas. Há liberdade, ou ausência dela. Faz hoje duas semanas, tivemos, aqui no Parlamento, uma conferência da Entidade Reguladora da Comunicação Social.
     Disse, na altura, que não quero viver num país em que as entidades públicas se pronunciem sobre as perguntas que um jornalista faz numa entrevista.
     Como houve dúvidas, esclareço: estava mesmo a falar de José Rodrigues dos Santos e do caso que recentemente o envolveu. Referia-me a José Rodrigues dos Santos ( que, por acaso, tanto quanto sei, até tem carteira de jornalista ).
     Mas podia estar a falar de qualquer outro jornalista. Da imprensa escrita, da rádio ou da televisão. Porque a liberdade de imprensa é una. É inteira. E as deliberações que hoje afetam um jornalista podem, amanhã, afetar todos os outros.
     Desejo ser, quanto a isto absolutamente claro. Até porque, sendo a Entidade Reguladora da Comunicação Social um órgão nomeado pela Assembleia da República, tenho um dever acrescido de falar sobre o tema. Em democracia, há um lugar próprio para o legislador e para o regulador. Contamos com o regulador para evitar monopólios e assegurar o pluralismo mediático. Para proteger os menores de conteúdos sensíveis. Para zelar pela liberdade de imprensa e de difusão.
     Temos uma Entidade Reguladora da Comunicação Social, para regular a comunicação social. Para regular o mercado da comunicação social. Não para tutelar a liberdade de imprensa. Ou para emitir pareceres sobre as perguntas de um entrevistador. Em democracia, a liberdade de imprensa é solo sagrado. Não se limita. Foi uma decisão que tomámos, enquanto sociedade, há cinquenta anos. E eu não quero voltar atrás. Quero que os jornalistas possam criticar esta minha intervenção. Quero que me façam perguntas difíceis. Quero que me sujeitem a confronto.
     Não quero que se limitem a si mesmos, por medo dos pareceres de seja quem for.Quando visitamos os arquivos dos jornais, ou os museus da imprensa, e olhamos para exemplares antigos dos jornais portugueses, damos conta das notícias que, noutros tempos, deixaram de ser publicadas, por causa da censura prévia.
     Podemos fazer esse estudo. Mas o que não podemos fazer, o que nos está inacessível, é olhar para as notícias que nem sequer chegaram a ser escritas, porque os jornalistas se autocensuraram .
     Por medo de ferir suscetibilidades. Por receio de ir contra o politicamente correto. Por impulso de autopreservação. Não há coisa tão perigosa em democracia como a autocensura dos jornalistas. Por isso, temos mesmo, mesmo de proteger a liberdade de imprensa. Criar um clima de confiança, para que os jornalistas - todos eles - possam fazer o seu trabalho.
     Tomo emprestadas as palavras do prefácio deste livro: para que consiga aproximar-se o mais perto possível da Verdade, o jornalista necessita de ampla liberdade de pensamento e de ação. O jornalismo pode ser bom ou mau, rigoroso ou inexato, sério ou fútil, mas tem obrigatoriamente de ser livre . Fim de citação.
     Protegemos o direito de informar, porque precisamos do direito a ser informados. Protegemos a liberdade dos jornalistas, em nome da liberdade dos cidadãos. Não é apesar dos cidadãos. É por causa deles. Não é apesar da democracia. É por causa da democracia.
    Termino, por isso, felicitando novamente os autores e os organizadores deste livro. Sei que devia ter feito, nesta sessão de apresentação, um elogio da obra. Mas o maior elogio que posso fazer é partilhar convosco esta reflexão que o livro me causou a mim - e que, espero, possa contagiar outros.
     Bem precisamos, como sociedade, de falar mais e melhor sobre a liberdade de imprensa. Estou certo de que este livro nos ajudará a fazê-lo com mais critério".

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