Gustavo Gutiérrez — Como dizer a um pobre que Deus o ama?

Gustavo Gutiérrez parte aos 96 anos e deixa-nos um legado de fé, reflexão, crítica e compromisso que procura responder à sua questão última — Como dizer a um pobre que Deus o ama?

Amado sobretudo na América Latina, Gustavo Gutiérrez é considerado o pai da teologia da libertação. Tornou-se sacerdote em 1959, mas antes formou-se em Medicina e em Letras tendo obtido o seu Doutoramento em Teologia na Universidade de Lyon em França.

Na sua luta contra as bases do sistema económico global, Gutiérrez levanta corajosamente a bandeira do ‘não homem’ ou da ‘não pessoa’, i.e., todos aqueles que na sociedade capitalista primam pela invisibilidade e pela insignificância.

Gustavo Gutiérrez nasceu em 1928, em Lima no Peru, e partiu no passado dia 22 de outubro.

A sua obra está traduzida em numerosas línguas e inspirou um fecundo diálogo interdisciplinar entre a Teologia e as Ciências Humanas e Sociais, sempre com uma forte aposta na justiça e na solidariedade.

Algumas das suas obras mais influentes incluem: Teología de la liberación: Perspectivas; El Dios de la vida; Hablar de Dios desde el sufrimiento del inocente; En busca de los pobres de Jesucristo; e Dónde dormirán los pobres?

Deste diálogo fecundo nasce também a obra O clamor do "não homem", de Gonçalo Pereira Diniz, que nos mostra como a "A obra de Gustavo Gutiérrez (permanece uma) proposta atual de ética política e social."

O Jornal 7 Margens publicou um cuidado artigo que pode ler aqui e a Pontificia Universidad Católica del Perú detalha a vida do "extraordinário ser humano que entendeu que a pobreza é uma sentença de morte precoce e injusta".

Muitas outras pessoas e entidades fizeram questão de homenagear a vida deste "teólogo do calvário" movido pela "pergunta base: como dizer aos pobres que Deus os ama?”.