A filosofia positiva de Comte corresponderá, e porventura em termos que em nada ficarão a dever à filosofia “criticista” de Kant, a uma das mais importantes conceções filosóficas dos tempos modernos, a nível da Europa e do Ocidente. Equacionada com base na positividade racional, tal filosofia terá constituído, para o comum dos estudiosos, dos filósofos e dos pensadores, não só o grande abalo do pensamento antigo, mas mesmo a conceção filosófica que por excelência terá estado na base do materialismo positivista que se lhe seguiu. Reportando-se fundamentalmente à lei dos três estados, à classificação/hierarquia das ciências positivas, aos fenómenos sociais e à Religião da Humanidade, o presente estudo ousará questionar o teor positivista-materialista que é comummente indexado ao positivismo do filósofo francês, afirmando uma interpretação que labora em pressupostos e em perspetivas que fazem supor a abertura de tal filosofia para o “transpositivo” e/ou para o “metafísico”, a conceber e a afirmar, entretanto, exclusivamente à luz de uma “nova” metafísica e de uma “nova” teologia.
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