Discernir os sinais dos tempos à luz do Evangelho (cf. Gaudium et Spes, N.º 4) constitui uma das intuições fundamentais do Concílio Vaticano II. Foi o momento em que a Igreja assumiu oficialmente que o seu percurso histórico devia ser traçado juntamente com o do mundo em que se insere. Tratava-se duma opção que exigia atenção àquilo que inquieta e move a humanidade nas diversas circunstâncias por que vai passando. A Igreja atribuiu-se, então, uma nova tarefa. Convém ter uma noção precisa dos seus contornos. Importa saber em que terreno se executa, quem a realiza e como se processa. Tem que se esclarecer, para isso, o conteúdo do conceito ‘sinais dos tempos’. Deve-se desenvolver também a reflexão teológica sobre a problemática da leitura crente dos mesmos. Tem que se afinar inclusivamente a maneira de efectuar esta última. Enfim, convém ir acumulando a experiência do que a dita leitura implica para a vida eclesial.A leitura crente dos sinais dos tempos traduz uma vontade declarada da Igreja dos nossos dias. Espera-se que esta tenha força para enfrentar as dificuldades que surgem na execução dessa tarefa. Acredita-se que o próprio desejo de interpretar os tais sinais, com os olhos da fé cristã, possa ajudar a superar os problemas que esta actividade naturalmente levanta. É através da experiência destes últimos que a Igreja há-de amadurecer o seu interesse pela dita leitura. Prefácio
Introdução
Capítulo I
‘Sinais dos Tempos’: dificuldades dum conceito
1. Conteúdo pouco claro
1.1. Base bíblica e conciliar
1.2. Problemas de precisão
2. Aprofundamento insuficiente
2.1. Escassez de reflexão teológica
2.2. Pouca afinação metodológica
2.3. Carência de prática eclesial
Capítulo II
História Humana: onde se leem os sinais
1. A presença de Deus na história humana
1.1. A história como lugar do mistério
1.2. A história como possibilidade da salvação
1.3. A história como terreno de sinais
2. A marca de Cristo na história humana
2.1. O acontecimento de Jesus Cristo no centro da história
2.2. A energia do Reino no caminhar da história
Capítulo III
Comunidade Eclesial: quem lê os sinais
1. A competência interpretativa da Igreja
1.1. Um discernimento coletivo
1.2. O ambiente da fé cristã
2. O compromisso da Igreja com a história
2.1. A inscrição na teia da história
2.2. O cuidado da intervenção situada
2.3. A busca juntamente com outros
Capítulo IV
Processo de Interpretação: como se leem os sinais
1. Momentos incontornáveis
1.1. Apreensão da facticidade histórica
1.2. Interpretação à luz do Evangelho
2. Atribuição de significado
2.1. Factos históricos e sinais dos tempos
2.2. Sinais dos tempos e sinais de Deus
Capítulo V
Leitura dos ‘Sinais dos Tempos’: problemas a considerar
1. A jusante do conceito ‘sinais dos tempos’
2. A montante do conceito ‘sinais dos tempos’
2.1. Diálogo difícil da Igreja com o mundo
2.2. Pluralidade radical do mundo atual
2.3. Difícil consenso na Igreja
Conclusão
Bibliografia
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