A FÉ CRISTÃ NO ESPAÇO PÚBLICO

A fé cristã deve respeitar o pluralismo que marca muitas sociedades hoje em dia. Mas também deve poder contribuir para a reflexão de todos sobre o que tem a ver com a construção do ser humano. Daí que a Igreja se preocupe com a presença da referida fé no espaço público. É o que motiva a obra que agora surge. Nela, estuda-se a laicidade, enquanto lógica de configuração da vida coletiva de muitas sociedades e, portanto, de definição do lugar dado à fé cristã no seio delas. Em seguida, examina-se o convívio dessa fé com a laicidade, de acordo com o que esta determina. Presume-se que se requeira aprendizagem de ambas as partes. Depois, clarificadas as implicações da laicidade, pensa-se a intervenção pública da fé cristã tendo em conta o que esta é: as oportunidades que comporta e as exigências que enfrenta. Finalmente, discute-se a tangibilidade da fé cristã no conjunto da sociedade, assumindo que deve ser possível localizar o que lhe é próprio no seio desta. Introdução I – A laicidade como configuração da vida coletiva 1. Clarificação conceptual 1.1. Explicação etimológica 1.2. Laicidade e secularização 1.3. Laicidade: realidade instável e complexa 1.4. Laicidade: princípios constitutivos 2. Conceções da laicidade 2.1. A ‘laicidade-separação’ 2.2. A ‘laicidade-neutralidade’ 2.3. A laicidade aberta ou plural 3. Debilidades da laicidade 3.1. Desperdício de potencial de convicção 3.2. Défice de fundamentação social comum 3.3. Disseminação dos lugares do poder II – O convívio da fé cristã com a laicidade 1. O que a fé cristã aceita e requer 1.1. A noção de ‘espaço público’ 1.2. Existência de mal-entendidos 1.3. A pretensão cristã 1.4. Um lugar público 2. O reconhecimento do lugar da religião 2.1. Respeito mútuo do Estado e da religião 2.2. O contributo dos argumentos religiosos na deliberação democrática 2.3. Pelo reforço da fundamentação social comum III – Fé cristã: voz e presença 1. Uma palavra específica 1.1. Como falar? 1.2. Dar a partir do que é 1.3. Formação da voz eclesial 2. Participação no debate público 2.1. Contributo para a própria ecologia do debate 2.2. Um magistério ético 3. Comunicação através dos média 3.1. Duas lógicas distintas 3.2. Fosso entre emissor e recetor 3.3. Espaço de pluralidade e argumentação IV – Fé cristã: um âmbito tangível 1. Um corpo no tecido social 2. Responsabilidade sacramental 3. Um modo de visibilidade 4. O ‘cristianismo cultural’ Conclusão Bibliografia