Fernando Pessoa e o Quinto Império visa contribuir para um conhecimento mais alargado do pensamento de Fernando Pessoa. Interpretando a conceção messiânica do “Quinto Império” à luz das conceções filosóficas que a sua obra global, poética e em prosa, consubstancia, designadamente a nível da metafísica, da gnosiologia, da antropologia, da ética, da estética, da filosofia da religião e da filosofia política, este estudo constitui a demonstração de que Fernando Pessoa, a par do artista e do poeta, foi um verdadeiro pensador e filósofo, e que o terá sido eventualmente com a elevação das maiores figuras do pensamento filosófico português dos séculos XIX e XX, nomeadamente Pedro de Amorim Viana, Antero de Quental, Sampaio (Bruno), Leonardo Coimbra, José Marinho… Interpretando a história e a cultura, a política e a religião, à luz do mito e do símbolo, da gnose e do sincretismo, e sem deixar de fazer da filosofia da história uma filosofia da religião, Fernando Pessoa, com base numa conceção mítico-simbólica, subsume, por um lado, que “Portugal” é o “Quinto Império”, e, por outro lado, que o “Quinto Império” de Portugal (“Quinto Império do Mundo”) é figura ou sacramento da religião universal que a humanidade é chamada a adotar em substituição do cristianismo católico e de toda e qualquer religião de teor institucional ou organizado.
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