Aline Daiana Silva Oliveira | Ana Cristina G. Inácio | Ana Margarida Gaudêncio | Ana Margarida L. Madeira | Anabela Santos | Antonio Carlos Lopes Vilela | Desirée Perdigão da Costa | Esther Castro de Menezes | Filipa Isabel S. Ventura | Filipa Veludo | Francisco Pacheco Vaz Antunes | Isabel Mª Borges Moreira | Ivo Cristiano Soares Paiva | Joana Fajardo | Manoel Júnior Ferreira Mendes | Mariana Mão de Ferro | Marlene Goncalves | Monica Bota | Patrícia Pontífice Sousa | Pedro Luiz Carvalho | Rita Canaipa | Rita Margarida Marques
A obesidade é um problema major de Saúde Pública, considerada pela OMS a epidemia silenciosa do século XXI. Doença crónica, com enorme prevalência nos países desenvolvidos, afecta homens e mulheres de todas as raças e idades,e está associada a taxas elevadas de morbilidade e de mortalidade, pelas suas repercussões metabólicas e cardio‑vasculares, de que pela sua importância e prevalência se destacam a diabetes e a hipertensão arterial. Deve‑se sublinhar ainda, que, depois do tabagismo, a obesidade é actualmente aceite como sendo a segunda causa de morte passível de prevenção. Em Portugal, a prevalência de indivíduos com peso excessivo aumentou de 49,6% em 1998 para 53,6% em 2005. Importa ainda, referir a elevada e preocupante prevalência da obesidade na criança e no adolescente, e a necessidade da sua prevenção neste escalão etário através de medidas activas, que incluirão certamente processos de educação para a saúde. O número de trabalhos sobre a obesidade é crescente, permitindo uma melhoria do conhecimento sobre os factores genéticos, metabólicos e ambientais com influência na génese da doença. O arsenal de possibilidades de tratamento da doença tem também aumentado, nomeadamente com a disponibilidade de novas técnicas cirúrgicas e endoscópicas. Esta é, pois, uma patologia que deve ser prevenida e convenientemente tratada, devendo considerar‑se a sua prevenção e tratamento uma tarefa multidisciplinar. A intervenção do endocrinologista, do psiquiatra, do cirurgião, do psicólogo ou do especialista em nutrição, permite uma metodologia correcta de actuação numa doença com origem multifactorial. Os recentes avanços da epidemiologia, da fisiopatologia e do tratamento da doença, estiveram no centro do debate que o Encontro “A Obesidade – uma visão multidisciplinar” permitiu concretizar. Em face do seu interesse, fomos levados a encarar a publicação dos trabalhos que nos foram remetidos, num suplemento dos Cadernos de Saúde, a exemplo do que fizemos com os textos da reunião que organizamos em 2009 sobre “Infecção Associada a Cuidados de Saúde”, publicações editadas no âmbito da parceria entre o Centro Regional do Porto da Universidade Católica e a Santa Casa da Misericórdia do Porto, certos do seu interesse e actualidade.
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