Amália Teresa Constantino de Aurélio | Ana Catarina Malato Rento | Ana Guerreiro de Almeida | Ana Inês Frade | Ana Rita Silva | Antonio Carlos Lopes Vilela | Carolina Pereira dos Santos | Dulce Maria Pereira Garcia Galvão | Fábio Pousinho | Filipa Isabel Q. Santos Ventura | Filipa Veludo | Isabel Maria Pinheiro Borges Moreira | Ivo Cristiano Soares Paiva | Janine Soraia Fortes Delgado | Maria de Oliveira Ferreira de Moraes | Maria João Cordeiro Gomes | Mariana Alexandra da Costa Carvalho | Marta Santos Silva da Costa Ilharco | Nísia Nunes | Patrícia Ribas Luís Moreira | Susana Miguel | Tânia Afonso | Tatiana Patrícia Rodrigues de Matos
É sempre com satisfação que se escreve o Editorial de uma Revista Científica portuguesa, no quarto ano da sua publicação ininterrupta. Com satisfação, e com alguma apreensão. Satisfação, porque ousámos acreditar ser possível conjugar continuidade e qualidade numa nova revista na área da saúde em Portugal. Construímos todos – Autores, Editores e Instituto de Ciências da Saúde – um projeto de sucesso. Atestam-no os 48 artigos originais publicados, após revisão por pares, em quatro Cadernos editados. Publicámos também quatro números especiais temáticos, dando visibilidade à Medicina Dentária, à Língua Gestual Portuguesa, à Infecciologia e à Obesidade. Apreensão, porque se avolumam dificuldades de vária ordem. A obtenção de textos tem sido uma preocupação dominante: artigos originais interessantes e de qualidade pressupõem investigação de qualidade, que só se consegue com investimento científico e financeiro persistente. Os tempos que estão, e os que vêm, não aconselham grandes optimismos. A Comunidade Académica, na área da saúde, tem resistido à adversidade e ao desânimo, fazendo e publicando (a maior parte das vezes em revistas estrangeiras) ciência de muita qualidade. Já a Comunidade Científica “clínica” reflete a forma como se desenvolve: tradicionalmente pouco vocacionada e treinada para investigar e submeter aos seus pares os seus resultados (porque insuficientemente incentivada e apoiada, e porque investigar não traz vantagens na carreira), desculpa-se com a(s) crise(s) para se afastar progressivamente dos editores, limitando-se a submeter, cada vez mais frequentemente, casos clínicos mais raros ou que julga interessantes. Reflectindo essa postura, a indústria afastouse das editoras, que têm cada vez mais dificuldade financeira em manter os níveis de qualidade que definiram como meta para as suas publicações. Acreditamos ser necessário resistir, ser possível vencer, mas precisamos mais do que nunca de bons artigos originais – só assim valerá a pena. Convosco, continuamos comprometidos com o futuro. Esta é a promessa de trabalho que vos deixamos para o próximo ano.
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