Afonso Aroso Louro | Ana Bárbara | Ana Forjaz de Lacerda | Ana Isabel Fraga Oliveira | Ana Isabel Morais Montoito | Ana Rita da Conceição Pereira | André Novo | Bárbara Barroso | Cândida Ferrito | Cármen Jimenez | Celina Neto | Cláudia N. F. Borges Pinheiro | Emanuela Maldonado | Eva Madalena Canha Ferreira | Fernando Augusto Coelho Rosa | Francisco Pacheco Vaz Antunes | Gualter Cruz | Hélder Fernandes | Inês Vaz Dias da Silva | João Matos de Barros | Luiza Barros do Carmo | Manuel Guimarães | Manuel Luís Vila Capelas | Margarida Pereira da Silva | Maria Alice dos Santos Curado | Maria do Carmo Bustorff-Silva | Marta Yarynych | Sara Reis | Sérgio Miravent | Sónia Cristina Fernandes | Sónia P. Rodrigues Bastos | Susana Sofia Abreu Miguel | Valquiria Cardoso Alves Chagas
Por circunstâncias várias que não conseguimos ultrapassar, decidimos publicar em conjunto os números 1 e 2 de 2012. Esperamos, com isso, não defraudar as vossas expectativas. Com efeito, para além de manter os critérios rigorosos de revisão dos artigos submetidos, tivemos uma preocupação especial em diversificar os temas que vos apresentamos nesta edição. Começamos com um artigo de Leonor Sá, uma reflexão sobre o papel da arte e da experiência estética ao longo dos tempos, partindo do reconhecimento do seu papel social pela população em geral, para a avaliação da percepção científica da importância crescente que lhe tem vindo a ser reconhecida, não só pelas ciências humanas como pelas ciências exactas. Essa reflexão, baseada em cinco estudos pioneiros realizados por neurocientistas e teóricos da semiótica cognitiva, demonstra a imprescindibilidade de uma abordagem científica para melhor compreender o fenómeno artístico contemporâneo. Gabriela Sá e Ana Sancho adaptaram e validaram a escala Functional Assessment of Communication skills for Adults numa população de pessoas com afasia, tendo os resultados obtidos sido concordantes com os obtidos na validação da versão original. A aplicação desse instrumento, para além de ajudar a identificar estratégias de reabilitação mais eficientes, contribui para melhorar o envolvimento da pessoa afásica no processo de reabilitação. Goreti Santos Marques e col., num estudo quantitativo, exploratório e descritivo, avaliaram as qualidades psicométricas e a adequação da Escala de Satisfação do Suporte Social a pais de crianças com doença oncológica. Concluíram tratar-se de um instrumento válido e fiável, cuja aplicação contribuirá para melhorar a qualidade de vida e bem-estar da população em estudo. As especificidades das pessoas com afasia, a importância da sua inclusão em estudos científicos e a necessidade ética e legal de obtenção de um consentimento informado para tal, levaram Inês Tello Rodrigues a propor um conjunto de estratégias que facilitem a sua obtenção. O objectivo é aumentar a sua participação consciente, respeitando embora a sua autonomia para a tomada de decisão individual.Carla Paiva e col., num estudo transversal, descritivo e observacional caracterizaram o trabalho de equipa em unidades de cuidados paliativos em Portugal. Constataram haver diferenças institucionais e pessoais entre as 14 instituições avaliadas não só no que se refere à percepção da colaboração, como à existência de desvalorização de algumas categorias profissionais. Parece aconselhável o estudos das causas determinantes, afim de melhorar a prestação dos cuidados em equipa. Ivo Rocha e Filipa Ribeiro aplicaram o teste da Torre de Hanói a dois grupos de estudantes universitários de cursos distintos – um humanidades, o outro de ciências exactas. Constataram haver diferenças significativas entre os alunos dos dois cursos no que se refere a capacidade de planeamento, utilização de planeamento estratégico, resolução de problemas e flexibilidade cognitiva. Sofia Rodrigues adaptou e validou a Escala de Jefferson de aprendizagem ao longo da vida para o contexto formativos dos enfermeiros, tendo constatado tratar-se de um instrumento útil para a investigação na área da educação e gestão dos Serviços de Enfermagem. Dora Colaço e Ana Mineiro estudaram o efeito da frequência das palavras e da sua estrutura morfológica na produção verbal, tendo constatado a produção de mais erros nas palavras pouco frequentes ou nas palavras construídas, o que permitirá vir a adaptar estímulos utilizados com sujeitos afásicos. Ivo Rocha e M.ª Emília Santos revêem a literatura sobre as consequências dos traumatismos crânio-encefálicos moderados ou graves na reintegração social, familiar e profissional. Considerando o regresso ao trabalho um dos objectivos mais importantes da recuperação do traumatizado, chamam a atenção para a menorização da recuperação neuropsicológica por parte da maioria dos Serviços de reabilitação, com consequências sérias no atraso da recuperação destas pessoas. Tânia Marques e col. fazem uma revisão da literatura sobre a melhoria do desempenho visual em consequência de privação auditiva. Chamam a atenção para uma maior e melhor amplitude na detecção e inibição de estímulos em movimento no campo visual periférico, um aprimoramento dos mecanismos de orientação da atenção e amplitude do campo visual em surdos. Consideram que, para além de existirem diferenças nos estudos comportamentais, existem também alterações neuronais, sugerindo a ocorrência de plasticidade entre modalidades, fruto de uma reorganização neuronal. Acabamos, tal como começámos, esperando que o empenho com que “cosemos”, nestes Cadernos, temas tão diversos seja apreciado por quem nos ler. E, sobretudo, que constitua um estímulo para que nos continuem a enviar, para publicação, os resultados do vosso trabalho de investigação.
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