Ancorados na dinâmica investigativa desenvolvida no seio da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa (FEP/UCP), há um ano atrás lançávamos o primeiro número desta publicação que escolhemos designar por «Cadernos de Pedagogia Social», na expectativa de que pudesse constituir um espaço plural de partilha de conhecimento nesta área de trabalho. É, pois, com enorme satisfação que apresentamos um segundo número composto por textos de vários autores, provenientes de instituições nacionais e estrangeiras e dando testemunho sobre experiências de estudo muito diversas, evidenciando assim a consistência de uma racionalidade sócio-pedagógica «hospitaleira»,firmemente estribada no acolhimento de múltiplas abordagens disciplinares e profissionais. Ao referir-se a uma ingerência propositada no projecto antropológico, a educação não pode alhear-se dos problemas humanos respeitantes à chamada «questão social», sobretudo no quadro de uma sociedade educativa que se deseja justa, cosmopolita e solidária. O tema de capa deste número, «Educação e Solidariedade Social», surge no seguimento desta intenção, visando salientar os objectivos de humanidade e de cidadania social que balizam o tipo de educação que constitui objecto de estudo da pedagogia social. Daí a ênfase dada à educação social, enquanto domínio privilegiado nesta área, relativo à atenção prioritária a pessoas e grupos humanos que se encontram em manifesta situação de sofrimento e vulnerabilidade, ainda que sem perder a referência essencial aos múltiplos lugares de realização antropológica numa «sociedade de todos, com todos e para todos». Valorizando a ligação orgânica entre os universos de fundamentação e aplicação, os textos apresentados expõem preocupações de ordem teórico-prática relacionadas com o estatuto epistemológico da pedagogia social e com a diversidade de saberes e contextos que configuram esta ciência da educação, desde a definição do perfil formativo dos agentes de intervenção sócio-educativa, em particular dos educadores sociais, passando pela compreensão do espaço público como «universo de relações de alteridade», até a questões especificas levantadas nos vários relatos de investigação e de acção. Sublinham-se ainda os contributos vindos de outras áreas de conhecimento, como a psicologia, por exemplo, testemunho de um diálogo interdisciplinar imprescindível em termos de construção solidária do saber
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