Portuense ilustre e portuguesa de lei, Dalila L. Pereira da Costa foi para os seus contemporâneos, como muito provavelmente o será para os que contactarem com a sua obra, uma figura superior da cultura e do pensamento português, nomeadamente a nível da identificação do ser português, da filosofia da saudade, da conceção messiânica e da reflexão mística. Conotando a identidade e a tradição portuguesas com a saudade do Mundo perdido e com a matricialidade primevo-arcaica da tradição mediterrânica e da tradição atlântica, a missão e o messianismo dos portugueses com o mito da saudade e o mito da reintegração e com as teofanias de Ourique, de Fátima e da própria experiência mística, a filosofia com a sabedoria e a salvação, e a religião com o sincretismo do paganismo, da gnose e do cristianismo, A Segunda Vinda da Saudade: o messianismo de Dalila L. Pereira da Costa tanto se fará eco de que os portugueses foram consagrados em Ourique como Povo eleito de Deus para cumprirem a missão divina de subsumir a história como serviço à reintegração ou redenção do Homem e do Mundo em Deus, como se fará eco de que a missão e o messianismo dos portugueses conhecerão a sua consumação através da proclamação profética da Segunda Vinda da Saudade, a efetuar pela própria Dalila, em termos de Quinto Império de Portugal e do Mundo, entendido como reino escatológico-milenarista do Espírito Santo. Subsumindo Dalila mais como pensadora e hermeneuta do que como filósofa e teóloga espiritual, A Segunda Vinda da Saudade: o messianismo de Dalila L. Pereira da Costa não hesita em indexar à pensadora portuguesa um estatuto científico e intelectual que possibilita colocá-la ao lado das figuras mais relevantes da cultura e do pensamento português moderno-contemporâneo, nomeadamente de Amorim Viana, Cunha Seixas, Teófilo Braga, Antero de Quental, Guerra Junqueiro, Sampaio (Bruno), Raul Brandão, Basílio Teles, Leonardo Coimbra, Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa, Raul Proença, José Marinho, António Sérgio, Delfim Santos, António Quadros, Fernando Gil, Eduardo Lourenço ou António Braz Teixeira…
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