Uma das características estruturais do processo de desenvolvimento da sociedade portuguesa reside na heterogeneidade e na persistência das desigualdades económicas e sociais entre territórios. Cada região, sobretudo no último século, acabou por fazer o seu percurso com ritmos de desenvolvimento muito diferentes. A Beira Alta que este livro trata mostrou ser um exemplo quase perfeito para o estudo desta realidade. Aliás, a importância deste trabalho assenta precisamente nesta tentativa de caracterização do percurso de uma região, no contexto do lento processo de modernização do país, bem como no enfoque que procurámos dar ao modo como as elites locais e os diferentes poderes periféricos percepcionaram o (sub)desenvolvimento do território em que eram actores privilegiados no relacionamento com o poder central.
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