Pensar o perdão é fazer uma navegação às profundezas da falta e descobrir a marca do absurdo com que ela sela a vida humana. E, desde esse fundo tenebroso, reinventar uma vida. Se de todo ele é possível, o perdão será dom transbordante no seio de uma dívida dolorosa. Mas não se chega da dívida ao dom sem passar pela reinvenção do sentido. Porque o passado é irreversível. O que resta é a leitura com que ele é olhado, que pode ser recriada. E recriadora. Face ao irreversível e ao imperdoável, o perdão representará uma reconfiguração na história de uma vida. Dom desproporcional, excessivo, transcendente, o perdão mostra-se como renarração, luto, promessa, reconhecimento e hospitalidade. Dá-se como caminho de acolhimento do outro, do outro inimigo, do outro culpado, na recriação de uma vida e do viver juntos. Talvez só nele se dê o milagre de fazer do inimigo um amigo. Prefácio – Para partirmos do princípio D. Manuel Clemente Pórtico I – Uma visão filosófica da pessoa Pórtico II – A história do perdão Parte I Contexto. A dívida Capítulo 1 - Onde abundou a ofensa Uma Dívida Imperdoável Capítulo 2 - Traços do impossível A Memória O Esquecimento A Culpabilidade A Justiça O Ódio Parte II - Intriga. O sentido Capítulo 3 - Reconciliar‑se com a história Da Vida à Narrativa, e de Volta à Vida Narrar de Novo Capítulo 4 - Histórias de reconciliação Purificação Retorno Justificação O Símbolo Dá Parte III - Epílogo. O dom Capítulo 5 - Traços do necessário Politeia: do Ódio Koinonia: da Justiça Metanoia: da Culpabilidade Paideia: do Esquecimento Anamnesis: da Memória Capítulo 6 – … Superabundou a graça Post Scriptum (Dar) Graças Bibliografia
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